sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Planos



Estou no carro planejando nosso encontro.

Chegarei ao seu prédio, falarei com o porteiro, pedirei pra ele te avisar que estou subindo e quando você abrir a porta, BLAM! Um beijo inesperado, que já esperamos muito para dar, um sorriso e depois um “oi, bom dia”.

O plano era perfeito: A gente se agarra, fecha a porta e entre porta e o sofá fica uma trilha de roupas, nossas roupas. Aquele misto de pressa, alegria e “meu deus está realmente acontecendo” invadiria nossos corpos. Depois de algumas horas finalmente a gente cairia exaustos, riria e finalmente conversaria.

Ainda imaginando e com um sorriso bobo na cara eu estaciono. Você me liga, diz que está na rua me esperando e meus planos caem por terra. Foda-se, a nossa manhã está começando e os dados começaram a rolar agora, nada de bunda molismo.

Te encontro e caralho como você está gostosa. Você explica a sua agenda: Teremos aventura e café da manhã especial. O nosso café da manhã especial . A manhã contigo é uma delicia e a gente fala sobre nós, nossos medos e certezas. Tudo é tão natural, estar contigo É natural, a gente combina e se completa. A gente caminha e a cada toque, cada esbarrão que nossos braços dão, cada vez que nossas mãos ficam próximas um choque percorre nossos corpos. Como a gente costuma falar, a gente perto um do outro sai até faísca.

Voltamos para sua casa, entramos e sentamos no sofá. Você começa a falar qualquer coisa e eu penso: AH CALA A BOCA E ME BEIJA LOGO!
Te puxo e te beijo. Ah como eu te beijo. Eu esperei esse beijo por muito tempo. Seus beijos tem sede pelos meus, nossos olhos se cruzam e num segundo a gente conversa sem dizer uma palavra, sem parar de se beijar.

Minhas mãos percorrem seu corpo, minha pele tem necessidade de tocar a sua. Seu cheiro é melhor quando posso provar.  Mordo seu queixo e você sorri com cara de safada. Eu gosto desse sorriso. Vou beijando seu pescoço e chego ao seu ouvido, me deliciando em cada detalhe, cada pinta do seu rosto. A sua respiração muda, agora está ofegante. Eu sei que consigo te fazer gozar só com minha respiração perto do seu ouvido, mas deixo esse truque na manga. Beijo seus seios e vou descendo devagar passando por sua barriga, minha barba roça seu corpo e você quer pular. Te seguro porque agora é tarde pra escapar, a gente está embriagado em tesão.

Nosso sexo é uma briga pra ver quem dá mias prazer ao outro. Seu gemido gruda nos meus ouvidos, tudo que ouço é você, tudo que vejo é você, tudo que sinto é você. Não sei se passaram segundos, minutos ou horas do nosso beijo no sofá. Se o mundo acabasse agora não saberíamos, pois estamos em outra dimensão, uma que existe apenas eu, você e lugares para transar.

Quero transar em todos cômodos, em todos móveis e cantos. Quero que cada lugar que você olhe na sua casa tenha uma lembrança, que evoque cheiros, sensações, frio na barriga. Quero suas unhas cravadas nas minhas costas quando você gozar.

Agora estamos novamente no sofá, mas agora exaustos. Você descansa em meus braços e por cima do seu ombro vejo toda sua beleza por outro ângulo. Cada vez que me dou conta onde estou e o que aconteceu parece que vou acordar suado, confuso e sozinho na minha cama. Espero um segundo e como não acordo, sorrio. Você não vê, está envolta nos seus pensamentos. Penso em te falar algo, mas quer saber? Vou curtir te abraçar mais um pouco. Palavras não precisam ser ditas.

Voltamos à realidade. Dura e fria. Precisamos mesmo não querendo. Despedimo-nos e nossas mãos se recusam a se separarem. Entramos cada um em um carro e a vida segue.  

Estou no carro e estou planejando nosso futuro.


Lembro que planos não funcionam contigo, mas será que não é exatamente isso que me faz te amar? 

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